terça-feira, 16 de agosto de 2011

Arte em riquixá


Em Daca, é comum decorar os riquixás de ponta a ponta. De onde veio esse costume? Quando os riquixás começaram a ser usados ali, seus proprietários tiveram de enfrentar a concorrência dos tomtoms, carroças que transportavam passageiros e mercadorias. Tudo indica que o motivo de decorarem seus veículos era atrair clientes para o novo meio de transporte. As pinturas e propagandas acabaram se transformando num tipo de arte pitoresca.
A decoração como um todo é impressionante. É arte sobre rodas! Syed Manzoorul Islam, crítico de arte de Bangladesh, até mesmo descreve os riquixás em Daca como “galerias ambulantes de arte”. Cada milímetro do veículo é enfeitado com desenhos coloridos, gravuras e motivos decorativos. Fitas coloridas, contas brilhantes e pompons dançam pendurados nas laterais ou na capota retrátil.
Cada artista tem seu próprio estilo e temas favoritos. Algumas dessas obras de arte parecem um outdoor, com cenas de filmes indianos e bangladeshianos, antigos e atuais. As decorações exprimem a nostalgia da vida nas aldeias, retratam paisagens rurais e, às vezes, têm conteúdo social e político. Outros temas que aparecem muito são animais, aves, caça e lindas cenas do campo.
Na década de 50, havia apenas alguns pintores de riquixás. Hoje, de 200 a 300 artesãos produzem essas exclusivas obras de arte. A montagem dos riquixás é feita peça por peça em oficinas especializadas, geralmente usando materiais recicláveis. Por exemplo, num pedaço de metal tirado de itens descartados, como latas de óleo de cozinha, o artista usa tinta esmaltada para retratar cenas fantásticas cheias de cores. A arte em riquixá faz parte do folclore de Bangladesh. Adquiriu identidade e charme próprios.

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